Gaspar Alto

O povoamento das terras altas e acidentadas desta parte do município de Gaspar está ligado à grande imigração ocorrida nas áreas do Itajaí-Mirim, por volta de 1875, quando muitos alemães, belgas, suíços e outros ocuparam as terras das nascentes do Ribeirão Gaspar Grande que fazem divisa com Guabiruba e Brusque. Este povoamento também recebeu imigrantes que vieram para a Colônia Blumenau e se estabeleceram na atual região de Gaspar Alto e Ribeirão das Pedras, terras próximas às nascentes do Ribeirão Garcia.

Esta gente de tão longe adquiriu lotes do Governo da Província de Santa Catarina para colonizá-las. A princípio, a riqueza constituía-se na madeira de canela e peroba, abundantes nos morros e grotas.

Para se chegar a Blumenau, utilizava-se o caminho que inicia em frente à Escola Rudolfo Gunther, e para Guabiruba e Brusque seguia-se pela Zickzack, isto é, caminho com curvas tão fechadas que obrigava o desmonte de algumas carroças em alguns pontos a fim de passar pelo aperto da curva. A estrada ligando Gaspar Alto com a cidade de Gaspar foi aberta em 1934, por Leopoldo Schramm, auxiliado por Ernesto Schulze, Romão Machado, João e Ari Dorow, Ricardo Krepski, Ervino e Eugênio Hertz, Adolfo Baader, Marcos Hank, Max Guilland, Ernesto Alfat, entre outros.

No início do século XX a madeira escasseou. Então muitos homens ocuparam-se na construção de caminhos, estradas e ferrovias. Outros aperfeiçoaram a produção agrícola de produtos para feiras-livres e exploração do palmito. Apareceram também marcenarias e logo o processo de industrialização de Blumenau expandiu-se, absorvendo a mão de obra masculina, e depois feminina da região de Gaspar Alto. A exploração da lenha para manter as caldeiras da Empresa Industrial Garcia também ocupou muitas famílias durante algum tempo.

No Gaspar Alto, comércio e salão de danças e tiro ao alvo funcionavam nas proximidades da Capela Nossa Senhora Aparecida. Pertenciam às famílias Santner e Buchmann.

Entre os moradores, católicos e evangélicos, surgiu, a partir de 1881, o adventismo, quando Guilherme Belz escreveu para os adventistas dos Estados Unidos demonstrando interesse sobre a religião que obedecia o preceito bíblico do descanso aos sábados e não aos domingos, conforme o costume católico e evangélico. Anos depois, pastores adventistas estabeleceram-se em Gaspar Alto Central, com igreja e escola-internato.

O nome do bairro Gaspar Alto tem ligação com sua localização, por estar em uma região mais acidentada onde se encontra a nascente do Ribeirão Gaspar Grande.

Atualmente, o bairro Gaspar Alto faz divisa com os municípios de Blumenau e Guabiruba e com os bairros Alto Gasparinho e Gaspar Grande.