Belchior Central

As terras do Belchior Central foram requeridas pelo Coronel José Henrique Flores que explorava madeira em vários pontos do atual território gasparense. José André Soares adquiriu as terras abaixo do salto onde pretendia organizar fazenda produtora de café e passou a residir em Belchior Central. Teve vasta descendência e com mão de obra escrava construiu barragem e serraria na região da atual entrada para Cananéia. Outras fontes dão conta de que as terras de José André Soares limitavam-se ao Norte, com o Salto, ao sul com Augusto Deschamps (atual rua José Antão Soares) e para o Leste chegava até o Baú e Luis Alves. Com o passar dos anos, foram vendidas em partes.

Em 1900, Antônio Lisboa, professor de Itajaí, passou a lecionar na casa de João Raimundo Correia (atual Antônio Oliveira). Era aula particular. Nesta mesma época, o alemão Siegel estabeleceu-se com casa comercial e Clube de Caça e Tiro no atual trevo entre Belchior e Fortaleza.

Já em 1920 transferiu-se a igreja evangélica da região do Morro Serafim para Belchior Central, atrás da atual Escola Estadual de Belchior, onde se organizou também cemitério. Muitos eram os alemães evangélicos estabelecidos em Fortaleza, Cananéia e Belchior. Entretanto, na década de 1950, foi transferida para Itoupava Alta, tendo em vista que os evangélicos de Cananéia frequentavam a Comunidade Evangélica de Luis Alves.

A colonização das terras de Cananéia aconteceu a partir de 1900 com a vinda de Nicolau Haskel e Mathias Junkes, seguidos por outras pessoas de Biguaçu que procuravam terras mais férteis e onde houvesse menos geadas. Foram eles: Antônio Guesser, Antônio Reinert, João Primm, Andréas Schmitt, entre outros.

Henrique Mette, no século XX, adquiriu três mil metros de frente, beirando o riacho Cananéia, com 1,4 mil metros de fundos. Esta propriedade começava na cancha Reinert e terminava na virada do morro.

A partir de 1918 expandiram a produção de açúcar e cachaça fornecida à filial da firma Schmalz, em Fortaleza. As picadas que ligavam Arraial Alto ao Belchior eram intransitáveis. Usava-se cavalos encilhados com serões ou carroças puxadas por quatro cavalos a fim de transportar barricas de açúcar nas estradas sombrias e alagadas dos trechos mais baixos. Os porcos eram transportadores por tropas a pé. A primeira escola de Cananéia era no pé do morro, próximo ao encruzo par Ribeirão Saltinho.

O nome do bairro está relacionado ao nome do Rei Mago Belchior, personagem bíblico.

Atualmente, o bairro Belchior Central faz divisa com o município de Blumenau e com os bairros Arraial D’Oro, Belchior Baixo e Belchior Alto.