Janela da Memória – A Intendência

A SEDE DA INTENDÊNCIA

Vista geral de Gaspar em 1913

Nesta foto de Gaspar em 1913, tomada a partir do morro da Igreja, localizamos a Escola Paroquial (enxaimel), atual escadaria da Igreja. Em frente, a casa de Alberto Léo Schmitt (atual estacionamento rotativo). Em seguida, o espaço que foi ocupado pela Intendência, ainda vazio. Daí afirmarmos Nesta foto de Gaspar em 1913, tomada a partir do morro da Igreja, localizamos a Escola Paroquial (enxaimel), atual escadaria da Igreja. Em frente, a casa de Alberto Léo Schmitt (atual estacionamento rotativo). Em seguida, o espaço que foi ocupado pela Intendência, ainda vazio. Daí afirmarmos que o edifício foi construído após 1913.Durante as décadas de 1920/1930, o imóvel foi alugado para a Prefeitura Municipal de Blumenau, onde funcionou a Intendência do 2º Distrito – Gaspar.

No centro, a “Casa São Paulo” e residência Pereira Passos. Déc. 1960.

Na década de 1940, Osmundo N. Klock vendeu a propriedade para o industrial e comerciante José Krauss, que ali residiu com sua grande família.José montou venda de secos e molhados e ferramentas em geral. Nesta ocasião, José Krauss, ampliou o edifício para 2º andar e cobertura bangalô. Em 1950 o jovem comerciante José Antônio Pereira Passos, casou – se com Hilda Krauss, indo residir em sua cidade Itapema, onde era comerciante. Por volta de 1957 José, Hilda e filhos, passaram a residir em Gaspar e instalaram – se no edifício da família com a “Casa São Paulo” de José Pereira Passos (hoje Casa J. Passos).

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

Fotos: Fundo FFG – Urbanismo nº 713a e nº 241a;

–  Informações familiares/ 2021.

PERSONAGENS 

Intendente José Spengler

José Spengler *1873 e + 1937 em Gaspar. Filho dos pioneiros João Adão Spengler e Maria Catharina Müller, vindos de São Pedro de Alcântara para Gaspar (região do Poço Grande). Seus pais e outros familiares formaram classe de agricultores de muitas posses e destaques social.

José, entretanto, logo interessou-se pelo ramo comercial. Ainda muito jovem, exercia alto cargo de comando em uma grande empresa de comércio de importação e exportação catarinense em Florianópolis. Por volta de 1900, o maior comerciante de Gaspar, o Sr. Carlos Procópio Höschl, muito doente, solicitou ao gasparense que assumisse seus negócios em Gaspar. Carlos Procópio Höschl, teve só uma filha, e com dificuldades para dirigir grande negócios.Maria Cândida Höschl, mais conhecida “Dona Mimi” *1871 + 1943.

José Spengler atendeu ao pedido do velho amigo Höschl, permanecendo na administração até sua morte em 1937, quando a herdeira “Mimi”, assumiu os negócios juntamente com sua experiente equipe de trabalhos.

José Spengler, além de comerciante, desempenhou importantes funções de caráter público e administrativo em Gaspar. Em 1917 foi Juiz de Paz. Na década de 1920, nomeado o Intendente do 2° Distrito de Blumenau – Gaspar. Prestou relevantes serviços à comunidade com seu caráter de “homem de bem”, seu espírito empreendedor e popularidade. Não deixou descendentes.

 O Intendente José Spengler foi homenageado como patronoda Escola Municipalna Rua Itajaí –Nº1850(hoje extinta).

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

– Nagel,Henrique e Letícia – “Família Nagel, Laços e Memórias” – Editora Três deMaio 2014– Blumenau;

– “Caleidoscópio” de LieselotteHoeschl Ornellas – Jornal “O Município” 08/01/2018 https://angelinawittmann.blogspot.com/2018/01/leopold-franz-hoeschl-1-consul.html;

-Informações populares.

Antônio Schneider

Antônio Schneider,nasceu em São José em 1880. Descendente de imigrantes alemães de São Pedro de Alcântara: João Pedro Schneider e Maria Wagner (filha do pioneiro Peter Wagner e Agnês Haendchen).

Casou -se em 1909 com Emília Hahnemann, filha dos alemães Edward Hahnemann e Catharina Wolframm, imigrantes da Colônia Blumenau.            Em 1905, Antônio Schneider, foi nomeado Juiz de Paz de Gaspar(2º Distrito do município de Blumenau). O referido cargo constituiu um magistrado semformaçãojurídica,exercendo diversas funções judiciais consideradas“pequenas causas”, resolvendo demandas através de conciliação. Prestou serviços de Escrivão durante muito tempo na Intendência de Gaspar.

O Juiz de Paz é o único profissional habilitado para realizar casamentos civis no Brasil, ainda hoje.Antônio Schneider faleceu em Blumenau no ano de 1930, sem deixar descendentes.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

-Family Search;

-Informações populares.

Anfilóquio Nunes Pires

Nasceu em 1894 em Tubarão, descendente de famílias de notáveis políticos catarinenses. Foi aluno de seu pai, o professor Ernesto Nunes Pires.Aos dezesseis anos mudou -se para o Rio de Janeiro (Capital Federal) onde foi revisor nos jornais “Do Comércio” e “Do Brasil”.

 Aos 20 anos, nomeado professor em Nova Trento onde casou – se com a professora e homeopata, Maria Pereira, o casal teve um filho: Dr. Acylio Acácio Pereira Pires.

Sua perspicácia política e jornalística, o levou para Lages, Nova Veneza e São Joaquim, onde abriu sua 1ª farmácia. Em 1926, por conta das tribulações políticas no Brasil, veio parar em Gaspar. Aqui, inaugurou a Farmácia Santa Cruz (1ªfarmácia em Gaspar). Prestou relevantes serviços de saúde a população gasparense durante décadas.

Jornalista político de ideias liberais,desempenhou importante papel na política gasparense, notadamente no processo da emancipação e dos primeiros tempos de Gaspar como município.

Foi Delegado de Polícia, durante muitos anos. Em Gaspar recebeu homenagem com seu nome em importante rua de nossa cidade. Faleceu em Gaspar no ano de 1973, aos oitenta anos de idade.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

-Correia,Álvaro, “Homens que Fizeram a História – Gaspar” – NovaLetra –  Blumenau – 2011;

Informações de familiares/2021.

João dos Santos

Nasceu em 1911, filho do industrial e comerciante Juvêncio José dos Santos e de Josefina Gern, estabelecidos na atual rua Dr. Nereu Ramos. A família“dos Santos”, destacados líderes sociais, políticos e econômicos, desde a época do império prestaram relevantes serviços a sociedade gasparense.

Simpático as ideias liberais, trabalhou no Cartório de Registro Civil de Gaspar, foi secretário do prefeito Leopoldo Schramm e eleito nosso 2º Prefeito Municipal (1947 a 1951) pelo P.S.D.

Foi casado com Maria Alberici, filha dos italianos Lino Vicente Alberici e Amábile Censi, do Barracão.O casal teve quatro filhos, contando hoje com muitos netos trabalhando pela grandeza da terra. “Seu Bubi” e “Dona Mimi”,foram muito queridos. Em 1973 João dos Santos faleceu em acidente automobilístico deixando saudades.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

– Correia,Álvaro, “Homens que Fizeram a História – Gaspar” – NovaLetra –  Blumenau – 2011;

Informações familiares/2022.

Eurico da Silva Fontes

Nascido em Itajaí em 1886, descendente de portugueses, chegou em Gaspar em 1918 com sua esposa, a professora Hilda Barbosa Fontes e filhos. Portador de admirável cultura, visão para negócios e muitos contatos comerciais, sociais e políticos em grandes centros urbanos brasileiros.

Movimentou a economia gasparense com o cultivo do arroz irrigado e de cana. Montou o primeiro engenho de beneficiamento do arroz e a Usina de Açúcar São Pedro, iniciando o processo industrial em Gaspar.

Grande empreendedor, Fontes montou um porto fluvial nas imediações da usina para trazer cana em embarcações pelo rio até a indústria e exportar a produção, até Itajaí.

Com Eurico Fontes, veio para Gaspar, o jornalista Albano Pereira Costa fundador doJornal “O Gasparense” em 1923. Com ideias conservadoras, foi líder político em Gaspar defendendo a União Democrática Nacional.

Teve dez filhos: professores, advogado e empresários.Faleceu em 1949 em tratamento de saúde em Curitiba. Eurico foi destacado precursor do progresso e desenvolvimento de Gaspar.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

– Correia,Álvaro, “Homens que Fizeram a História – Gaspar” – Nova Letra – Blumenau – 2011;

– Informações familiares/1990.

Luiz Franzoi

Luiz Franzói nasceu em 1899 em Rodeio, filho dos italianos Severino Franzói e Rosa Luchini. Estudou em seminário franciscano. Homem culto: poliglota, músico e político. Chegou em Gaspar em 1921 como professor. Aqui casou – se com Rosa Coutinho “Dona Ziza da livraria” em 1923.O casal teve três filhos gasparenses.

É professor nº1 nos registros do município de Gaspar. Foi também nosso 1º inspetor escolar.Muito fez pela nacionalização do ensino em Gaspar:fechando escolas estrangeiras, religiosas e particulares que resistiram a atualização do poder vigente “Brasil para os brasileiros”, abrindo novas escolas na cidade e interior.

Foi contador da empresa Höschl Comércio e Importação e Exportação. Fabriqueiro da Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar, contribuindo para a construção da Matriz e galpão de festas. Músico fundador do Clube Musical Banda São Pedro.

 Vereador pela U.D.N.em nossa primeira legislatura (1947 a 1951).

Secretário do prefeito Júlio Schramm. É homenageado com nome na Escola Municipal em Bateias. Primeirobancário e livreiro em Gaspar.Faleceu em 1955, muito jovem, deixando para Gaspar um legado digno do reconhecimento de todos os gasparenses.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

– Correia, Álvaro, “Homens que Fizeram a História – Gaspar” – NovaLetra – Blumenau – 2011;

Informações familiares/2021.

PROPRIETÁRIOS DO EDIFÍCIO 

Osmundo Norberto Klock

Osmundo Norberto Klock *1909, filho de Henrique João Klock e Luiza Reitz, vindos de São Pedro de Alcântara para colonizar Gaspar. Os Klock e Reitz, formaram importante grupo de pioneirosdedicados principalmente em exploração e comércio de madeira no século XIX. Sua irmã Emília, foi esposa de Alberto Léo Schmitt, exportador de madeira com porto e comércio em frente a Matriz.

Osmundo foi casado com a professora Alice Müller (Escola da Figueira), tiveram oito filhos. Ao sair de Gaspar, Osmundo estabeleceu – se na cidade de Blumenau (Rua São Bento) com comércio.Ali instalou (em miniatura) um presépio mecânico.Sabemos que Osmundo faleceu na cidade de Curitiba com broncopneumonia em 1979.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

http://drhenrique-henrique.blogspot.com/;

https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:H5R5-736Z;

– Informações populares.

José Krauss

José Krauss, filho de João Krauss e Elisa Neckel, imigrantes alemães de São Pedro de Alcântara. Chegaram em Gaspar em 1898. Em Gaspar Mirim, adquiriram parte da fazenda de Francisco Vieira Pamplona (atual Rua Rodolfo Vieira Pamplona). Seu pai faleceu assim que chegou em 1900. Elisa com os filhos, muito trabalharam e economizaram, encontrando prosperidade no Vale do Itajaí. José Krauss, casou-se com a vizinha Cecília Joanna Schneider.O casal teve 12 filhos. Por volta de 1930, com o sucesso do cultivo do arroz irrigado, instalaram-seno Centro da então Freguesia. Na década de 1940, adquiriu a propriedade na atual Rua Cel. Aristiliano Ramos nº510, de Osmundo N. Klock; Ali viveu com familiares, instalando comércio até 1957, quando o genro José Antônio Pereira Passos, montou sua loja de tecidos, confecções, calçados e aviamento (atual Casa J. Passos). Os Krauss também foram industriais dos ramos de beneficiamento de arroz e na produção de açúcar.

José Krauss e família durante as décadas de 1930 a 1970 ocuparam espaço destacado na economia, sociedade e política gasparense (Partido Liberal e Partido Social Democrático PSD).

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

– Entrevista n°0011/1988 Fundação Frei Godofredo;

Informações familiares 2021 e 2022.

José Antônio Pereira Passos

José Antônio Pereira Passos, nasceu em 1920 em Itapema (Município de Porto Belo). Descendente de portugueses: AntônioPereira dos Passos e Mercedes Teresa Rebello, estabelecidos no litoral. O jovem José era proprietário de casa comercial. Conheceu a gasparense Hilda Krauss no final dos anos de 1940. Casando -se em 1950 em Gaspar. José e família residiram em Itapema até 6/1/1953(festa dos Reis Magos), mudando -se para Gaspar.

Em 1955 é inaugurada a “Casa São Paulo” de José Pereira Passos na Rua Cel. Aristiliano Ramos, especializada em tecidos, confecções, calçados, acessórios e armarinhos. Ali residiram e trabalharam com o comércio até sua morte. Em 1989 José transferiu cotas de propriedade da loja ao filho José Renato. A Casa J. Passos continua atendendo a população com presteza e honestidade, representando hoje, a loja que mantém a mais longa tradição familiar no comércio do Centro de Gaspar, alcança a 3ª geração com o jovem José RafaelSchramm Passos.

Fontes: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz/ 2022;

https://familysearch.org/ark:/61903/1:1:QGRT-H61T;

https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:66DH-GN1C;

– Informações familiares.

TRANSFERÊNCIA INTENDÊNCIA PREFEITURA

Resumo da ata nº2

Aos 19/3/1934, reunidos na sala da Intendência Distrital, os Srs. José Mondini, Intendente Distrital e Leopoldo Schramm ,Prefeito Provisório, realizou a entrega dos destinos do Distrito ao Prefeito Provisório. José Mondini apresentou a Leopoldo Schramm o balancete da Intendência, referente ao período de 01/3/34, o qual apresentava saldo positivo de cento e setenta e um mil e sessenta réis (171.060), saldoe entregue ao Sr. Alacrin oFernandes, conforme determinação do Prefeito.

José Mondini, entregou também ao mesmo Sr. os seguintes materiais: 1 mesa, 4 cadeiras de palha, 1 estante para livros, 1 moringa de barro, 1 copo, 1 cesto para papel, 1 quadro contendo  atabela de passagem, 35 livros diversos dos xercícios passados, ¼ de vidro detinta para escrever, 8 vacinas contra peste de gado, 4 vidros de soro para batedeira, 6 placas para carroças – (exercício findo), 2 placas para motocicleta, 2 placas para automóvel – (corrente ano), 127 placas para carroças – (idem), 22 placas para bicicletas – (idem), 250 envelopes impressos, 1 tinteiro simples,1 berço para mata-borrão, 1 livro-Caixa, 1 livro de contas-correntes, 1 livro dívida-ativa, 2 livros de lançamentos, 4 maços de pregos (mexidos), 103 talonários dos anos passados, 1 livro para seguro de operários (arquivo), 2 livros de autorização de serviços – arquivo, 1 livro (em uso), 1 bloco para cartas (em uso), 1 pacote de editais, 1 pacote de recibos, 15 folhas de pagamento, 5 fórmulas para contratos, 15 livros de talões (em uso), 12 livros de talões (novos), 42 folhas de autoinfração, 1 mão para prender papel, 2 canetas, 8 penas,16 pás de juntar, 7 enchadões, 2 alavancas, 2 enxadas, 1 machado, 2 martelos, 8 picaretas e um garfo. Das ferramentas supradiscriminadas algumas acham-se em mãos dos feitores. Procedendo o balanço do livro contra corrente, verificou-se uma dívida contraída pela intendência, no valor de trinta e três contos, oito centos e trinta e nove mil e novecentos réis (33:839$900), dividida por diversos credores. Nada mais havendo assinam à ata.

FONTE: Baptista. Leda Maria. Memória Gasparense nº1. Ed: Nova Letra – Blumenau – 1992

Responsabilidade: Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz