DIA DA COSTUREIRA – 25 DE MAIO

   Ainda em 2019 o Núcleo Têxtil da ACIG – Gaspar lançou como sugestão, visto ser nosso município um forte polo de vestuário reconhecido nacionalmente, inclusive pleiteando os títulos ( processos em andamento ) de Capital Nacional e Estadual da Moda Infantil, de homenagearmos os profissionais símbolo desse segmento, os Profissionais da Costura. Enfim, nossos costureiros e costureiras.

   A ideia imediatamente foi encampada pela Prefeitura, Câmara de Vereadores, DEL e IFSC que é um dos destaques na região como formadora dessa mão de obra.

   Já existe uma data nacional que homenageia esses profissionais, 25 de maio, porém em nossa cidade esteve sempre ocasionalmente lembrada e comemorada de forma dispersa em uma ou outra empresa.

   Sendo o vestuário uma indústria centenária, abaixo apresentamos um breve histórico, e um dos segmentos pioneiros no Brasil, inclusive no Vale do Itajaí, desenvolveu-se muito em seus processos, os quais, quase todos, automatizados. Porém a costura permanece a mesma através dos tempos. Sempre realizada pelas mãos hábeis e olhares atentos desses profissionais.

 

Douglas Junkes

Coordenador do Núcleo Têxtil – ACIG

 

 

A PROFISSÃO PELO PONTO DE VISTA HISTÓRICO

   A produção de roupas em massa iniciou com a invenção da máquina de costura em 1829, durante a Revolução Industrial, que possibilitou a reprodução em série dos produtos . De acordo com Brisola e Maffei (2012) os profissionais que trabalhavam neste campo concebendo produtos de vestimenta para a sociedade eram as costureiras e os alfaiates.

   A invenção da máquina de costura, além de estopim para o crescimento do mercado de moda nas grandes metrópoles mundiais, modificou operações de construção das peças de vestuário e a constituição das fábricas de confecção. No entanto, tal feito não causou o desaparecimento das costureiras, visto que o processo de produção diferenciado, feito a mão e o acabamento delicado ainda continuavam sendo desenvolvidos (NERY,2003) .

   A manufatura das roupas, nas sociedades industriais do século XIX, desenvolveu-se de duas maneiras diferentes. Havia a procura de costureiras por encomenda, de costuras delicadas e sob medida, que só eram feitas à mão, e ao mesmo tempo, começava a produção em massa do vestuário industrializado e padronizado, tanto nos modelos como nas medidas (FRINGS, 2012) .

 

PAPEL DA COSTUREIRA NA INDÚSTRIA

   De acordo com a Associação Brasileira de Vestuário- ABRAVEST (2019), o trabalho das costureiras brasileiras movimenta em média R$ 4,5 bilhões por ano. Essas profissionais estão presentes na indústria de vestuário, calçados e de acessórios, atuando na confecção de amostras, operações especializadas ou acabamentos.

   Pelas suas mãos, as criações de designers de moda, os moldes de modelistas e cortes de talhadores ganham corpo e forma. Sem essas profissionais, a grande variedade de produtos produzidos por empresas e ateliers de moda não poderiam ser comercializados.

   Para a costureira piloteira é destinada a responsabilidade de realizar testes de modelagem. Para a costureira operadora de máquinas em uma confecção cabe a atividade de operar máquinas reta, overloque, galoneira, caseadeira, botoneira com foco e precisão. Para a costureira sob medida e artesã cabe a responsabilidade de realizar vestir pessoas em momentos especiais como formaturas e casamentos.

   À cada uma dessas profissionais é destinada a missão de tornar real um projeto de uma equipe de estilo ou o sonho de um vestido idealizado para um momento inesquecível. Pode-se afirmar que a costureira é um ser imprescindível para indústria têxtil e de moda, bem como, para o sonho de usuários e consumidores. É necessário, portanto, que pensemos cada vez mais nas condições de seu trabalho, sua segurança, descanso e remuneração .

   Portanto nada mais justo por parte de nossa comunidade do que homenagear esse grupo profissional tão imprescindível ao desenvolvimento econômico e social e porque não dizer resgatando uma dívida histórica para com eles .

Parabéns, Costureiras e Costureiros da nossa Gaspar.

 

Texto redigido por:

Bruna Lummertz Lima

Coordenadora do Curso Técnico em Modelagem do Vestuário- IFSC Campus Gaspar

Doutora em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 

1 CARLI,Ana MerySehbe de. O sensacional da moda. Caxias do Sul: EDUCS, 2002.

2 BRISOLA, Daniela Oliveira; MAFFEI, Simone Tereza Alexandrino. Dos processos projetuais e da produção em moda ao design emocional. Anais do VIII Colóquio de Moda: Salvador, 2012.

3 NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária: subsídios para a criação de figurino. Rio de Janeiro: Senac, 2003.

4 FRIGS, Gini Stephens. Moda: do conceito ao consumidor. Porto Alegre: Bookman, 2012.