Educação Infantil

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 estabelece que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica. Esta não foi uma conquista fácil no cenário educacional brasileiro. Por décadas, a educação da criança pequena foi impregnada de caráter médico-higienista, sustentado por políticas assistencialistas e filantrópicas.

A concepção que atualmente se tem na Rede Municipal é a defesa dos tempos da infância, na promoção de uma pedagogia que tome como centro a relação adulto/criança, e que tem como base as linguagens infantis. Para se chegar a essa concepção se foi desconstruindo a lógica escolarizante que até então conduzia os trabalhos na Educação Infantil Municipal, rompendo assim com a ideia de criança como uma sementinha que desabrochará a partir do trabalho do adulto. Ou ainda que orientado por um currículo linear, operacionalizado por uma listagem de conteúdos abstratos, sem sentido e significado infantis, acreditava que contribuiria com o desenvolvimento, aprendizagem e formação de um bom aluno para as séries iniciais do Ensino Fundamental. A infância tem características próprias que difere do Ensino Fundamental.

Compreende-se que a criança encontra-se em permanente ampliação de potencialidades, de conhecimento e descoberta do mundo, e o espaço do CDI é privilegiado trazendo a alegria da descoberta, da surpresa, do belo, do coletivo, da brincadeira e de aprendizagens, dando espaço a existência naquilo que lhe é próprio e específico.

Nesta dinâmica, estrutura-se momentos de trabalho com a criança em grande grupo, pequeno grupo e atendimento individual. Optou-se por trabalhar com o planejamento em que a criança tem vários momentos de escolha e participação ativa, pois cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento.

Nesta perspectiva de respeitar a criança, a dinâmica do trabalho educacional está na distribuição dos espaços no CDI em áreas de interesse, permitindo às crianças que desfrutem de ambientes, propostas de trabalho, brincadeiras e interações que potencializem suas múltiplas linguagens. Toda essa reorganização só foi possível graças à formação continuada que iniciou em 2002 e foi retomada para sustentar o trabalho desenvolvido nos Centros de Desenvolvimento Infantis.

No ano de 2002 a 2004 o foco de discussão foi a rotina diária dos Centros de Desenvolvimento Infantil, a estruturação do planejamento e a metodologia didático-pedagógica adotada. Depois de ampla discussão, sustentada por referenciais teóricos, os educadores optaram pela Abordagem Metodológica de Projetos para sistematizar o planejamento na educação infantil da Rede Municipal. Nestes estudos, além de fazer essa opção metodológica, também foram definidos eixos específicos para educação da criança de zero a seis anos: interações, linguagens e brincadeiras.

Toda a discussão é parte do processo de vivências, rupturas, reflexões, diversidade e aprofundamento teórico-metodológico das práticas pedagógicas na Educação Infantil.